Recaída: O fracasso do tratamento?

Recaída: O fracasso do tratamento?


Boa parte das pessoas que se propõe a largar as drogas acabam voltando a consumi-las depois de um tempo. Pensando nisso, seria a recaída um fracasso do tratamento? É algo já bastante esperado pelas pessoas que tratam os pacientes que tentam largar algum vício, tratando a recaída como uma normalidade.

Alguns passam por períodos de interação, recebendo a ajuda terapêutica para largar o vício. Depois de um tempo em abstinência, acabam revendo os antigos amigos, voltando para os mesmos locais em que a tentação é muito grande. Facilmente a motivação de continuar sóbrio é deixada de lado e a recaída vem.

Recaída é fracasso?

Quem mais sente esses períodos de recaída, certamente, é o dependente, mas a família também sofre. Por muitos meses ou anos, se esforçam para colocar o ente querido para fazer um tratamento, vendo que o mesmo fracassou. Aos poucos, a família perde as esperanças de que vai ser possível ter uma vida sem drogas.

A recaída só acontece quando alguém passou por um tratamento, com alguém que em algum momento questionou o seu uso das drogas e decidiu que estava tentando parar. Por isso, a recaída pensando pelo ponto de vista de fracasso do tratamento, só pode ser visto assim por alguém que realmente passou um tempo em abstinência.

Interromper o uso temporariamente da droga não é o suficiente, visto que a parte mais difícil dos tratamentos é conseguir evitar as recaídas. Muitas vezes, o processo de recaída quer dizer que o tratamento não está dando certo ou que não foi bem feito. Isso faz com que o paciente, seus familiares e a comunidade terapêutica tenham que pensar no que falharam e começar novamente.

A pessoa que usa drogas acaba desenvolvendo uma dependência fisiológica e psicológica, por isso, a droga vai assumir um papel bem importante na vida da pessoa. O organismo já não consegue ficar sem a substância, por isso, o tratamento precisa quebrar esse vínculo, mostrando que o físico e psíquico conseguem ficar sem a droga.

As recaídas não devem fazer parte do tratamento, mas sim, da dependência, sendo tratado como uma doença. Quando o paciente volta a usar drogas, isso mostra que há algo de errado em seu tratamento, precisando retornar para o tratamento de maneira mais séria.

Número de recaídas é elevado

Cerca de 45% dos indivíduos que apresentam alguma dependência química, também tem transtorno depressivo. Quando a depressão não é tratada, mesmo que o paciente fique em abstinência, ele vai ter de correr riscos maiores de cair em recaídas.

Por isso, é importante verificar em pontos estão falhando o tratamento e começar novamente o tratamento de recuperação, de maneira mais dura. Todos precisam respirar e começar tudo, sem aquele sentimento de fracasso e de derrota. Precisa ser tratado como uma chance de aprendizado, buscando não recair novamente.

Por mais que a recaída durante o tratamento seja considerada um evento bem grave, também gerando um impacto negativo na recuperação, é algo bem comum. A estimativa é de 60% das pessoas que são internadas, já sofreram ou vão sofrer uma recaída. No Brasil, ainda não há estudos em relação a isso.

Nos primeiros anos de tratamento, o número de recaída é bem maior. Aqueles que acabam sofrendo com isso, se foram bem conscientizados, vão retomar o tratamento, mas o problema é com aqueles que não vão conseguir se recuperar, por nunca mais buscarem o tratamento de novo.

Os índices nos primeiros anos são mais altos, por isso, fica a importância de ter um acompanhamento mesmo quando saem da reabilitação. Esses pacientes precisam continuar sendo acompanhados por, no mínimo, cinco anos, para conseguir ter uma certeza maior de quantos continua abstinentes.

Prevenção de recaídas

Algumas medidas vão conseguir ajudar a deixar o dependente longe das drogas. A ideia central é que a dependência é um aprendizado. O dependente aprende que a droga está ali para lhe ajudar nas dificuldades da vida, precisando mudar esse pensamento e mudar a sua relação com as substâncias. Isso ensina o dependente a como se relacionar com a vida.

Parte do programa de tratamento é conseguir conscientizar o paciente que ele precisa se modificar, enfrentando as situações que vão colocar em risco a recaída e como ela não deve ser encarada como um fracasso do tratamento.

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